Distância Sentida

Você... Você é a distância sentida, mas não a magoa reprimida.

Você se tornou um mundo de belas recordações, que poderiam ter sido multiplicadas, se tivesse dado a chance, ao nosso louco querer.

Você... Você foi à ternura vivenciada de uma forma única, deixando aquele gostinho de quero mais.

Você foi o sorriso espontâneo, a palavra amiga, o ombro acolhedor, o incentivo comedido, a reprimenda necessária, o colo, o dengo e também o aconchego.

Seu mundo estava formado na família, no trabalho, na paz e tranqüilidade e eu o invadi. Meu jeito de ser, aos poucos foi adentrando o seu ser e por fim nos apaixonamos. Foi lindo enquanto durou.

Eu supria todas as necessidades da Mulher, mas não possuía condições de aparentar o que eu não tinha e nem me passar por quem não sou.

Enfim, não adianta acharmos uma justificativa para o término, de um amor tão intenso e eloqüente, tão desejado, tão compartilhado, tão espetacular.

Vivi e senti um amor inenarrável e houve retribuição com a mesma intensidade. As prioridades em seu viver não eram compatíveis com as minhas. Os seus sonhos não eram iguais aos meus.

Sei que me busca nas noites insones, sei que se recorda do meu sorriso, das nossas brincadeiras, do meu toque, do meu cheiro, do meu verdadeiro querer.

As divergências em nosso viver, fez com que nos afastássemos... Sem despedidas, sem melodramas, sem um aceno sequer.

Hoje, você é uma bela história de amor que eu tenho a contar... Uma maravilhosa recordação para me acalentar... Uma saudade comedida a me beliscar... Um sonho, que talvez um dia, eu possa realizar... CMRS.